segunda-feira, 25 de maio de 2009

Poeta da Comunidade.

O texto publicado é do esposo da aluna Marli - EJA -Termo I


ERA UMA ÁGUA


Um dia um homem andando
Uma mata ele viu
Poucos dias depois
Um condomínio ali surgiu
Agora, nem uma casa lá cabe
E o que pouca gente sabe
Que lá existia um rio.

Como se não fosse nada
Estão destruindo o serrado
Queimando e fazendo carvão
Deixando o solo ressecado
Ninguém mais tem consciência
Que esta vegetação é a essência
Pra conservá-lo molhado

Quando eu era bem pequeno
Ouvia falar de um pantanal
Tempos depois fiquei sabendo
Que é um alagado natural
Só depois que o conheci
Foi então que concluí
O quanto o homem é irracional

A irracionalidade é tanta
Que tudo lhe parece normal
Vê criaturas morrendo de sede
Mas vive lavando seu quintal
E vendo toda essa frieza
Vem me logo a incerteza
De quem é mais animal.

No planeta, 17% da água doce
Está em solo brasileiro
Nem assim temos o direito
De consumi-la em exagero
Se usarmos só o necessário
Com certeza será o contrário
Sem sofrimento e desespero.

A água do céu vem pra terra
A água do rio vai pro mar
O esgoto vai pra represa
Com suas águas misturar
E nós , pobres predadores
Não percebemos os horrores
Que vivemos a praticar.

A água hoje é mercadoria
Virou objeto de exploração
Já vai além de chantagem
Em tempo de eleição
No Nordeste miserável
Onde tem água potável
Pertence a algum “tubarão”.
Vejam só o absurdo
Que é o mundo globalizado
Há multinacionais explorando
Nosso mineral sagrado
Pra aumentar seu capital
Nosso direito fundamental
Vem sendo pisoteado.

Nas cidades o problema é
O especulador imobiliário
Vemos ai este cenário
Que destrói os mananciais
Vemos aí este cenário
Não tem mais pra onde correr
Se for pro campo vai morrer
Nas mãos do latifundiário.

Aos poderes constituídos
Que governam esta nação
Ouçam agora o apelo
De um simples cidadão
Salvem os serrados e florestas
Caso contrário só nos resta
Ver a terra virar torrão.

Deixo aqui meu manifesto
Ao seguimento educacional
Aba os olhos mesmo tarde
Ajude a evitar o caos total
Precisa-se aprender e ensinar
Torne matéria curricular
A questão ambiental.


Autoria : Poeta do Caculé ( Pseudônimo de Salvador José Saores)
Natural de Itumirim, município de Jacareí, Estado da Bahia , atualmente reside em Carapicuiba, Estado de São Paulo. O autor é participante de vários movimentos político-sociais. Já escreveu mais de 120 poesias; algumas publicadas. Participou no CD “ Moço das Estrelas” do cantor ,compositor e poeta Costa Sena.

Nenhum comentário: