TEXTO : A borracha e o lápis
Certa vez uma borracha perguntou a um lápis:
- Como se sente quando apago o que você escreve?
- Desculpe Senhora, não entendi!
- Eu repito quantas vezes forem necessárias. Como se sente quando apago o que você escreve?
- Prefiro não responder sua pergunta inútil.
- Nem precisa, porque eu sei que se sente fracassado.
- Bom... já que você insiste, eu respondo. Eu não me sinto nenhum pouco fracassado.
- Ah não!? Duvido ! Me dê um motivo!
- Claro ! Não me sinto fracassado porque sem mim você não tem nenhuma utilidade. Ninguém precisa de você se eu não estiver por perto. E tem outro motivo, pelo menos eu não sou riscado por canetas.
A borracaha calou-se, mas depois de algum tempo voltou ao assunto e disse :
- Mas eu tenho uma vantagem, não preciso ser apontada.
- Pelo menos não sou eu que me esfrego no papel.
- Nossa , você tem resposta para tudo !
- Já escrevi muitas coisas, isso quer dizer que conheço muitas palavras.
- Olha , desculpe-me pelas besteiras que eu te disse. Realmente você é melhor do que eu.
- Eu te desculpo sim, mas lembre-se de que ninguém é melhor que ninguém. Cada um tem sua utilidade.
- Muito obrigada pela lição.
Depois desse dia , a borracha nunca mais ofendeu ninguém e realmente ela aprendeu que não se deve esnobar alguém ou alguma coisa.
Aluna : Letícia Gomes de Oliveira, 6.a série C.
Atividade da disciplina de Português.
Texto escrito com base na obra " Um apólogo" de Machado de Assis.
